sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Preacher's Second Life at the internet church

Published Date: 12 November 2009
"I'VE got to go now – I need to catch a snake" are not the words you would expect to hear during a morning service at your local church.
But then in your local church the chances are you will not share worship with someone in Australia for whom catching snakes is part of daily life.

Ailsa Wright, who attends St Thomas’s Church in Batley, is also a lay preacher of the Anglican Cathedral in the internet programme Second Life, so praying alongside people from across the world is a daily occurrence.

To some people, the idea of taking worship online at your PC, instead of sitting in a pew in a church may seem strange, but it’s an idea that is catching on.

Ailsa, who lives in Crofton, Wakefield, was introduced to the idea of online worship after seeing an article in a church newspaper from the Diocese of Oxford.

The purpose of ‘i-church’ was to give people an alternative way to engage with the life of the church, learn more about faith and express Christian comment.

It was during her involvement with this that Ailsa was introduced to Second Life.

Second Life, which began in 1991, is a 3D world created by computer programming, which enables residents of the virtual world to create their own landscapes, buildings, clothes, cars and so on.

It has millions of members worldwide, with numbers increasing all the time and every day millions of objects, from palaces to pebbles, are added.

Within the world people meet and talk, attend concerts, run businesses, have relationships, listen to lectures, develop communities, go shopping and worship.

Members of Second Life (SL) – residents – move around in the world as avatars, representations of themselves.

Users give their avatars names and although some users may choose to disclose their real names to people they meet in Second Life, many prefer to remain anonymous.

In the past, Second Life has received some negative press, with reports of people cheating on their partners ‘virtually’ with someone they met on the site.

But Ailsa, whose SL name is Helene Milena, said many who join find companionship and learn more about other cultures. Ailsa found many people appreciate being able to worship online and find online worship is a more convenient alternative, or simply an addition, to visiting a bricks-and-mortar church.

The Cathedral of Second Life was created by a man from Germany and is attended by many who log on for daily services, many prepared by Ailsa.

Ailsa said: “One of the great things about the Cathedral of Second Life is people from all over the world can feel part of the Christian community.

“There’s someone from America who finds being able to visit the cathedral in the morning for a while is more accessible than visiting a proper church.

“I was also talking to woman from Hawaii who worships online because she has MS and is housebound.”

Services are at certain times and people who want to join in would log into SL, click on an icon which enables them to see the service sheet and either listen to the service or follow the words on screen.

(...) para ver o artigo completo clicar aqui

Exame de consciência sobre internet na Igreja da Europa

Encontro da Comissão Episcopal Europeia para a Mídia
Por Jesús Colina

CIDADE DO VATICANO, quinta-feira, 12 de novembro de 2009 (ZENIT.org).- Representantes da Igreja na Europa realizam, de 12 a 15 de novembro, um exame de consciência sobre sua presença na internet, ajudados por representantes de projetos como a Wikipédia, o Facebook e o YouTube.

O exame de consciência foi estimulado pelo próprio Bento XVI, através da mensagem inaugural, transmitida pelo cardeal Tarcisio Bertone, SDB, secretário de Estado, na qual convidava a examinar “esta nova cultura e suas implicações para a missão da Igreja”.

O simpósio é promovido pela Comissão para os Meios de Comunicação do Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE), na Sala Antiga do Sínodo, no Vaticano.

Internet é cultura

O encontro foi apresentado pelo cardeal Josip Bozanic, arcebispo de Zagreb e vice-presidente da CCEE, quem começou esclarecendo que “a internet não é só um recipiente que acolhe diferentes culturas. A internet é cultura”.

O purpurado apresentou perguntas importantes aos representantes do episcopado europeu: “Que implicações a presença da internet tem, hoje, para a missão da Igreja? Que repercussões ela tem na obra de evangelização das culturas e da inculturação da fé? Como a internet entrou na pastoral ordinária das nossas dioceses e das nossas paróquias?”.

Em suas dicas de resposta, o cardeal reconheceu que muitos na Igreja veem a internet como um instrumento, mas constatou que ela é, “antes de mais nada, um mundo, que alguém chegou a chamar de ‘sétimo continente’. Na internet os jovens criam seus laços sociais e aprendem a viver!”.

Segundo o purpurado, a internet não é boa nem ruim. “Como qualquer instrumento colocado nas mãos do homem, a internet se converte no que o homem decidir.” Neste contexto, assegurou, para a Igreja, a presença na internet, “mais que uma oportunidade, é uma necessidade”.

Por este motivo, o cardeal deixou estas perguntas para o exame de consciência: “Que visão os demais têm de nós? Até que ponto nossos sites são realmente a expressão da riqueza do patrimônio cristão e conseguem transmitir a boa notícia que o Senhor nos pediu para difundir?”.

Diaconia da cultura

A seguir, o arcebispo Claudio Maria Celli, presidente do Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais, tomou a palavra para constatar que a Igreja demorou para compreender e aplicar as palavras que João Paulo II escreveu na encíclica Redemptoris missio (1990), quando reconhecia que na Igreja “se descuidou um pouco desse areópago” da comunicação.

Também citou o novo impulso que Bento XVI deu à presença da Igreja na internet, para que possa exercer “uma ‘diaconia da cultura’ no atual ‘continente digital’, percorrendo seus caminhos para anunciar o Evangelho, única Palavra que pode salvar o homem”.

Dom Celli fez um convite a despertar, constatando que 70% dos sites católicos ainda não assumiram os elementos oferecidos pela Web 2.0, isto é, a produção interativa e às vezes comunitária.

A lição dos evangélicos

Finalmente, Dom Jean-Michel di Falco Lérandri, bispo de Gap e Embrun (França), presidente da Comissão Episcopal Europeia para a Mídia, terminou oferecendo elementos para um exame de consciência que permita aos filhos da Igreja abandonar esse medo que às vezes os impede de remar livremente no mar da internet.

Em particular, citou uma pesquisa feita na França, que mostra que os sites evangélicos são mais visitados que os católicos. A primeira razão que explica isso, segundo o prelado, é que “os evangélicos escutam e os católicos falam”.

Com isso, a pesquisa quer dizer que “os evangélicos saem de si mesmos para colocar-se no lugar dos demais. Respondem a necessidades”. Por este motivo, perguntou-se: “Será que a Igreja não fala a partir de si mesma, sem levar suficientemente em conta o que as pessoas vivem?”.

A segunda razão do maior êxito dos sites evangélicos se deve ao fato de que “os sites católicos se centram em si mesmos” e consideram os meios “como instrumentos e não como um mundo que é preciso evangelizar”.

Os sites católicos “são réplicas das folhas paroquiais, dos boletins diocesanos. São para uso interno. Falam um idioma para os já iniciados e para uso exclusivo destes. Os sites evangélicos, pelo contrário, querem chegar aos internautas, utilizando a internet como instrumento e vetor de evangelização”.

“Estejamos ou não de acordo com esta análise – concluiu o prelado francês –, está claro que temos de assumir as necessidades e escutar o mundo, para dar-lhe mais e para podermos nos dirigir a ele.”

fonte: Zenit

terça-feira, 17 de março de 2009

Igreja pronta para seguir novas tecnologias

D. Manuel Clemente diz que é preciso aperfeiçoar o «estado online» para estar com o Evangelho no mundo digital 

O Vaticano espera que os Bispos estejam mais atentos às novas tecnologias, em evolução constante. Isso mesmo ficou claro num seminário que reuniu em Roma os responsáveis pela área das comunicações sociais nas diversas conferências episcopais, juntando representantes de 82 países. 
A iniciativa foi promovida pelo Conselho Pontifício das Comunicações Sociais (CPCS). Portugal foi representado por D. Manuel Clemente que, em declarações à Agência ECCLESIA, explica que este “foi um encontro com uma metodologia clássica mas que funcionou muito bem: ver julgar e agir”. 
“A comunicação eclesial e a comunicação social da Igreja é algo fundamental e deve ser alvo de uma aprendizagem e ensino cada vez mais consistentes”, admite este responsável, presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais (CECBCCS). 
Ao longo de 5 dias, os Bispos foram desafiados a estudar a comunicação numa perspectiva “teológica e antropológica”, apontando “o que tem de ser para ser um acto eclesial” 
Ao estudo do que acontece no terreno, e que é diferente nos 5 continentes, com problemáticas próprias de acordo com o contexto social e eclesial, seguiu-se o debate sobre o agir “que foi muito prático”. 
“O Conselho Pontifício tem a intenção de publicar um documento, na sequência do que já estão publicados” pelo magistério da Igreja, refere o Bispo do Porto. Entre estes destaca-se o “Inter Mirífica” (1966), publicado no Concílio Vaticano II, e a “Aetatis Novae” (1992), do Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais. 
“Sente-se que agora, no séc. XXI e dado o incremente das comunicações sociais e das suas tecnologias, é necessário escrever algo de novo”, aponta D. Manuel Clemente. 
Segundo o presidente da CECBCCS, “o que se tornou muito óbvio é que hoje a comunicação social não pode ser usada em termos instrumentais. Tem de ser um ambiente em que trabalhamos e vivemos na Igreja”. 
Nesse sentido, não interessa que membros da Igreja, de forma “esporádica e vertical” e “de vez em quando”, apareçam na comunicação social, exponham as suas mensagens esperando depois que se faça o que lá comunicou. 
A Igreja “tem de ser comunicação”, afirma D. Manuel Clemente, e o que for dito, “tem de ser dito de forma testemunhal, não formal”. 
“Comunica-se de forma existencial”, acrescenta o Bispo do Porto. 
Para este responsável, que ultimamente tem sido notícia pela sua presença no canal de vídeo YouTube, a Igreja Católica quer considerar todos os meios de comunicação e quer estar presente nos grupos que se geram a partir das novas ferramentas de comunicação: “Todos esses meios são meios a considerar e onde nós devemos entrar, francamente”. 
“Os «nativos digitais» é assim que funcionam. Se queremos propor a mensagem do Evangelho, é aí que devemos estar”, aponta. 
Um conjunto de novas ideias, que D. Manuel Clemente pensa como concretizar na realidade da Igreja Católica em Portugal. Também pela experiência de participação regular nos meios de comunicação social (nomeadamente o Programa Ecclesia e a Rádio Renascença), participou nos trabalhos deste Congresso “reforçando a convicção de que a comunicação hoje não é um acto esporádico, mas tem de ser permanente”. 
A respeito de projectos a concretizar em Portugal refere que “tudo o que seja aperfeiçoar este «estado online» da Igreja é necessário”. 
O documento orientador do Vaticano sobre os novos desafios mediáticos, que deverá sair até final deste ano, tem como objectivo “introduzir a comunicação da Igreja no mundo do digital”. Isso mesmo afirmou o presidente do CPCS, Arcebispo Claudio Maria Celli, durante este seminário sobre o tema “Novas perspectivas para a comunicação eclesial. Mudanças na cultura e na tecnologia da comunicação: uma reflexão teológico-pastoral”. 
Segundo D. Celli, esta nova Instrução pastoral seria inspirada na “Aetatis Novae”, do CPCS, que foi publicada em 1992 com o intuito de situar as comunicações sociais no contexto cultural da época. 
Ocupar espaços 
Na iniciativa do CPCS, Angelo Scelzo, subsecretário deste Conselho Pontifícios, explicou que neste mundo dos media não há “espaços a reivindicar, mas campos em aberto por ocupar”. 
“Daqui surge a necessidade de uma mudança de mentalidade: a Igreja não tem necessidade de reivindicar um espaço próprio no mundo dos media, porque em larga medida tem diante de si um campo livre, no qual exercitar esta função essencial”, afirmou. 
É nesta linha que se deve ler, por exemplo, a presença do Papa no YouTube. 
“Quanto mais sofisticados são os instrumentos, e quanto mais dão vida – em conjunto – a um «sistema», tanto mais é necessário aprofundar e actualizar a formação”, diz Angelo Scelzo. 
A iniciativa, que recebeu o apoio do Cardeal Tarcisio Bertone, Secretário de Estado do Vaticano, aconteceu num momento em que o próprio Papa, numa carta enviada aos Bispos de todo o mundo, reconhece que ele próprio e a Santa Sé devem compreender a nova importância que a Internet assumiu. 
O Cardeal Bertone reconheceu que um novo documento de orientação pastoral para o compromisso comunicativo da Igreja é necessário, pois o último texto destas características, "Aetatis novae", foi publicado em 1992. 
“Os 17 anos anos decorridos – disse – representam um longo parênteses para os ritmos de desenvolvimento e de crescimento dos meios de comunicação; é o período em que amadureceu uma série de pequenas e grandes revoluções que, como uma corrente contínua, transformaram radicalmente o panorama preexistente”. 
O número dois do Papa recordou que na mensagem final do Sínodo dos Bispos sobre a Palavra de Deus, celebrado em Outubro passado no Vaticano, se sublinhava que “a voz da Palavra divina tem de ressoar também através do rádio, das artérias informáticas da Internet, dos canais de difusão virtual em linha, os CD’s, os DVD’s, os podcasts, etc”. 
Na última sessão do seminário, os grupos de trabalho dos bispos apresentaram propostas para a redacção do esboço do futuro documento. O Arcebispo Claudio Maria Celli, revelou aos presentes que o CPCS começará agora a redacção destas propostas para apresentar um primeiro texto provisório na segunda metade de Outubro aos membros e consultores deste organismo da Cúria Romana, reunidos em plenária. 
D. Paul Tighe, secretário do Conselho, revelou que este será um “documento vivo, adaptado aos dias de hoje, mas com o olhar posto no futuro”. Tanto os bispos como os representantes do Conselho consideram que este documento deve contar com a contribuição dos jovens, os “nativos digitais”.

In Agência Ecclesia| 14/03/2009 | 13:37 | 6720 Caracteres | 422 | Comunicações Sociais

segunda-feira, 16 de março de 2009

Fazer jejum aos SMS e rezar no Skype

16.03.2009, António Marujo  in Jornal Publico

Um bispo propõe aos jovens fazer jejum de SMS. Rosário, Joaquim e os filhos vêem menos televisão para conversarem mais. Jaime pôs um aviso no Outlook para rezar diariamente ao meio-dia. José abre o Skype para rezar com mais dois amigos - e em latim... A Quaresma é pretexto para jejuns vários e para novos usos da tecnologia


João Silva nem sequer sabia o que era isso do jejum da Quaresma. No grupo de escuteiros a que pertence, decidiram questionar-se sobre o que fazer que traduzisse a penitência quaresmal. Com 18 anos, a frequentar o 12.º na área de Humanidades, João pediu ao pároco que lhe explicasse o sentido dessas coisas.

"Nunca tinha feito nada disto. Como estamos no ano de São Paulo, ficou decidido cada um escolher algo que significasse o jejum, para tentar melhorar um pouco de si mesmo. Eu até gosto de comer. Decidi reduzir a quantidade de comida e não beber refrigerantes", diz ao P2.
O jejum tradicional significava, no catolicismo, não comer nas sextas-feiras da Quaresma. A par da abstinência de carne, essa forma de renúncia traduzia o desejo de purificação do corpo e dos sentidos durante o tempo litúrgico que antecede a Páscoa, a festa maior do cristianismo, que assinala a ressurreição de Cristo.
"É uma forma de me tentar pôr à prova, um desafio, para ver o que consigo fazer nestes 40 dias. É uma experiência de domínio sobre o corpo", acrescenta João, que reside em Caneças (Odivelas), explicando o sentido da sua decisão.
A proposta do bispo de Modena, em Itália, aos jovens da sua diocese, foi noutra linha: "Renunciar ao envio de mensagens SMS em cada sexta-feira da Quaresma." A ideia é permitir que eles "se desintoxiquem do mundo virtual e se reencontrem consigo mesmos", dizia o bispo Benito Cocchi, citado pela AFP.
A proposta do bispo teve sucesso, pelo menos entre outros colegas: os de Bari (Sul) e Pesaro (Centro). E tem uma razão social de fundo, dizia o diário italiano La Repubblica: com 50 SMS/mês por pessoa, a Itália é o segundo país da Europa, atrás do Reino Unido, no número de mensagens escritas enviadas por telefonino, nome que os italianos dão ao telemóvel.
Também em Portugal, o bispo de Lamego, Jacinto Botelho, sugeriu, entre outras coisas, um "jejum de atitudes e de palavras, desde o uso moderado dos meios de comunicação, por exemplo, televisão, rádio, CD, Internet, telemóvel, o próprio automóvel".
Tais sugestões não são consensuais, mesmo dentro da Igreja. Gian Maria Vian, editor do L'Osservatore Romano, jornal do Vaticano, afirmou que as mensagens curtas são, por natureza, "uma ferramenta neutra, nem boa nem má". E acrescentava: "Se as mensagens de texto são um meio apropriado de comunicar, não vejo por que nos devamos privar delas na Sexta-Feira Santa ou noutro dia."
Ideia ridícula?
Giani Gennari, teólogo que escreve para o Avvenire, o jornal ligado à Conferência Episcopal, disse que a ideia do bispo de Modena é "ridícula". E criticou: "Pode lançar-se uma campanha para desligar a luz e ficar às escuras. Estas propostas bizarras arriscam-se a tornar banal todo o sentido da Quaresma. Os padres fariam melhor pedindo aos fiéis que renunciassem a uma chávena de café e dessem o dinheiro aos pobres."
Certo é que, nesta altura do ano, as propostas são muitas. Os bispos católicos escrevem normalmente uma mensagem a propor uma purificação pessoal. Se ela se concretizar de forma material, os crentes são depois convidados a dar o dinheiro que resulta dessa atitude para um fim determinado.
Em Portugal, a maior parte das dioceses optou por canalizar o produto da renúncia quaresmal, assim chamada, para apoio aos mais pobres e às vítimas da crise económica (ver PÚBLICO de 1 de Março). Em Itália, há ainda quem tenha proposto que os católicos abdiquem de utilizar o carro aos domingos (bispo de Trento) ou que bebam água da torneira e não de garrafas (patriarca de Veneza).
Mas houve quem aderisse ao jejum tecnológico. Com os seus 12 filhos (11 em casa, pois o mais velho, de 29 anos, já casou), Rosário e Joaquim Pernas decidiram fazer um jejum de televisão.
Membros do Caminho Neocatecumenal, um movimento católico que aposta na formação dos seus membros, Rosário, de 52 anos, é tradutora, e Joaquim, de 56, trabalha numa agência de viagens. A decisão, dizem, "é para dar mais importância às pessoas e uma oportunidade para falar mais uns com os outros".
E não foi difícil aos mais pequenos (12, nove e sete anos) aceitar tal opção? "Habitualmente já não vemos muita televisão", explica Joaquim. "Vêem-se os telejornais, futebol e râguebi, ou o canal Disney para os mais pequenos. Olham para esta decisão com naturalidade. E entendem que é uma ajuda para despertarmos mais para a necessidade dos outros." Essa foi mesmo a promessa de Constança, nove anos - "ver menos desenhos animados".
Convento virtual
Se há quem proponha o jejum tecnológico, há quem aproveite a tecnologia para viver melhor a Quaresma e a sua vida cristã. José Rosa, de 43 anos, casado e pai de dois filhos, resolveu criar com mais dois amigos um convento virtual. Professor, residente na Covilhã, junta-se diariamente a outro colega da mesma cidade e a um terceiro que mora na zona de Lisboa.
Por volta das 23h00, os três abrem o Skype para falar em conferência. Em cada computador, está já aberto o site
http://www.almudi.org. Aqui, encontra-se o breviário, o livro que reúne as orações que, nos conventos, marcavam o ritmo aos tempos: matinas, laudes, vésperas, completas e as horas intermédias (tércia, sexta, noa).
Montis Stellae Caenobium. Convento Serra da Estrela é o nome que os três monges virtuais escolheram para esta oração diária através da Net. Por vezes, há outros amigos ou conhecidos que se lhes juntam.
"A nossa ideia foi responder à questão de como rezar hoje na cidade. O que materializa este convento é a existência de uma ferramenta na Internet que possibilita a conferência em simultâneo", diz José Rosa. Por estes dias, aliás, o convento ultrapassa mesmo o Atlântico, já que um dos seus membros está no Brasil.
Mal se abre o site, é como se tivéssemos o breviário da Liturgia das Horas à frente, para desfolhar à medida que a oração prossegue. À noite, rezam completas. Por vezes, por volta das 19h00, também rezam vésperas. "Trata-se de adaptar o espírito monacal ao regime tecnológico", diz o professor, para quem a ideia não é "nada do outro mundo".
Há outra dimensão importante neste convento virtual: "Valorizamos também a beleza da liturgia: por isso rezamos em latim", diz. Professores na área da Filosofia, todos estão à vontade com a língua. E ainda podem cantar os salmos e as antífonas, pois a ferramenta permite isso mesmo.
Jaime Faria, de 39 anos, gestor do ramo automóvel, teve que encontrar tempo para rezar sozinho. Casado com Teresa, de 35 anos, pediatra, têm três filhos. Com o nascimento das crianças, o tempo passou a escassear.
"Em solteiros, éramos capazes de rezar juntos. Agora, era mais difícil manter uma rotina. Associei um aviso ao Outlook para me lembrar do meio-dia e passei a rezar o Angelus" - uma oração tradicional e curta, que se reza a essa hora.
Jaime e Teresa conheceram-se numa missão de voluntariado, em São Tomé, dos Leigos para o Desenvolvimento. Hoje, fazem parte de um grupo das Equipas de Nossa Senhora, movimento católico de casais.
O assistente da equipa a que pertencem, padre Edgar Clara, envia-lhes também textos e pistas para a oração. "Quando ele manda, reencaminho para a Teresa. A tecnologia não muda a minha relação com Deus, mas ajuda a lembrar-me que tenho uma relação com Deus."
Há muitos outros instrumentos disponíveis na Net. Em
www.liturgia.pt/lh/, o Secretariado Nacional da Liturgia também disponibiliza a Liturgia das Horas. É possível, aliás, descarregar uma versão abreviada para o telemóvel.
O site
www.sacredspace.ie, criado pelos jesuítas irlandeses, tornou-se um dos mais conhecidos, com várias línguas, incluindo o português. Em cada hora, durante o último mês de Fevereiro, o Lugar Sagrado teve 661 pessoas a rezar alguma das várias propostas de oração ali feitas.
Em
www.taize.fr, é possível acompanhar as orações da comunidade monástica ecuménica de Taizé (França), que junta monges católicos e protestantes. Há ainda o www.evangelhoquotidiano.org, onde predominam os textos bíblicos.
Há pouco mais de dois meses, foi noticiado que a Liturgia das Horas passaria a estar disponível para o iPhone em inglês, francês, italiano e espanhol - o português virá mais tarde.
Terão sido estes fenómenos que, na semana passada, levaram o Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais a convocar bispos de 80 países para debater as Novas Perspectivas para a Comunicação Eclesial - Mudanças na cultura e na tecnologia da comunicação.
Blogues, redes sociais e ferramentas como o Facebook, Youtube, Flickr ou Twitter foram alguns dos fenómenos debatidos e que serão tratados num documento orientador, a publicar até final do ano.
Na oração de vésperas desta tarde, será lido um excerto da Carta de São Paulo aos Romanos: "Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente para saberdes discernir, segundo a vontade de Deus, o que é bom, o que lhe é agradável, o que é perfeito."

quarta-feira, 30 de abril de 2008

Três mil católicos voltam à Igreja graças a um site

Através da publicidade e de respostas a perguntas de fé
Por Nieves San Martín
PHOENIX, terça-feira, 29 de abril de 2008 (
ZENIT.org).- Cerca de três mil católicos voltaram à Igreja Católica na diocese americana de Phoenix, graças ao trabalho do site http://www.catholicscomehome.org/, que explica de maneira atrativa e simples, e através de uma série de propagandas e de respostas, a graça de pertencer à Igreja fundada por Cristo. O site tem uma versão em espanhol: http://www.catolicosregresen.org/.
«Católicos, Regressem a Casa – explica o site –, é um ministério dirigido a todos os que deixaram a Igreja Católica, por qualquer motivo. Seja por ressentimento, irritação, divórcio, isolamento, apatia, rebelião ou falta de entendimento da fé, regressar a casa nunca foi mais fácil.»
«Nossa meta é proporcionar uma variedade de recursos que ajudarão a entender mais claramente a Igreja Católica e seus ensinamentos», informa o site em sua página inicial.
«Em Católicos, Regressem – acrescenta –, nós lhes prometemos que honestamente sempre diremos a verdade, sem ocultar nada. Não fugiremos de temas difíceis, nem hesitaremos em assinalar as muitas maravilhas e os aspectos milagrosos da Igreja Católica.»
«Também – explica o site – sinceramente rezamos para que vocês não deixem de examinar a Bíblia cuidadosamente e seus fatos históricos e que considerem sinceramente que o catolicismo é muito mais do que conheceram.»
Em uma entrevista concedida a CatholicNewsAgency, o presidente e fundador de Catholics Come Home, Inc., Tom Peterson, explicou que as informações permitem às pessoas que encontrem respostas às perguntas sobre alguns ensinamentos da Igreja e também as colocam em contato com sua paróquia local «para voltar para casa, para a Igreja Católica».
Peterson explica que a diocese de Phoenix o contratou para que fizesse uma campanha, lançada no mês passado, de propagandas que já foram transmitidas em grandes redes como Fox News, ESPN, Lifetime, entre outras, para conseguir que mais católicos voltassem à Igreja.
Após a campanha, explica Peterson, mais de «31.000 visitantes entraram no site de Phoenix» para apresentar «perguntas, inquietudes, para averiguar horários de missas, ler sobre assuntos relacionados com o matrimônio ou para pedir o livro de Matthew Kelly, ‘Redescobrindo o catolicismo’».
Os informes publicitários foram produzidas também por CatholicsComeHome.org. A primeira delas, «Épico», mostra uma breve resenha da história, espiritualidade e beleza da Igreja Católica que «Jesus iniciou há dois mil anos».
Peterson comenta que «muitas pessoas não conhecem a história da Igreja. Não sabem que Pedro foi o primeiro Papa. Não têm idéia das grandes conquistas que a Igreja fez ao longo dos séculos».
Com o segundo informe publicitário, «Filme», «muitas pessoas chegam inclusive a chorar. Este vídeo mostra a misericórdia de Deus, sem importar o que tenhamos feito, podemos aceitar a misericórdia de Jesus, que nos ajudará a criar o final perfeito para cada uma de nossas vidas».
«O site proporciona respostas a perguntas sobre os ensinamentos da Igreja; e explica por que uma fé sólida é importante no mundo de hoje, que anda ocupado em meio à confusão. Também oferece um olhar geral à fé, com recursos adicionais, assim como um localizador de paróquias», informa Peterson.
A meta da organização é lançar os informes publicitários em todo o mundo quando forem aperfeiçoados.

Internet e Igreja, relação a ser aprofundada

Encontro da Comissão Episcopal Européia para a Mídia

CIDADE DO VATICANO, terça-feira, 29 de abril de 2008 (agência
ZENIT.org).- A relação Internet-Igreja foi o tema central do encontro do comitê executivo da Comissão Episcopal Européia para a Mídia (CEEM), que aconteceu na Casa Santa Marta, no Vaticano.
Os participantes, recorda o comunicado final enviado à Zenit, aprofundaram no tema da próxima Assembléia Plenária, «A cultura da Internet e a Igreja», que reunirá em Roma em março de 2009 os bispos presidentes das comissões episcopais para as comunicações sociais das conferências episcopais da Europa, acompanhados por alguns especialistas.
A cultura da web, observou-se, é uma cultura de rede. «É uma rede horizontal de pessoas que cada vez mais dialogam entre si – explica o texto. É uma tecnologia horizontal caracterizada pela capilaridade (acesso usuário individual), conectividade (possibilidade de entrar em relação com outros usuários), sociabilidade (fala-se de redes sociais), onde a partilha do saber e as relações entre indivíduos se revelam como centrais».
Estas características da web, observa o comunicado, «começam a ter efeitos sobre nossas sociedades e são especialmente visíveis entre os jovens».
São fenômenos ligados aos processos de definição do valor que agora são horizontais, porque «quem define o valor já não é um adulto, mas a rede dos amigos», e «a substituição das relações comunicativas interpessoais com o simples contato: a finalidade é o puro contato e a comunicação é simplesmente um pretexto, e não o fim».
Pela importância do tema, reconhece o texto, em 2009 «os bispos europeus responsáveis pela mídia procurarão analisar os efeitos da cultura da web na nossa sociedade, e na Igreja; verificarão como os cristãos podem investir nesta cultura, e que contribuição a web pode oferecer ao diálogo ecumênico e inter-religioso».
Ao longo do encontro, o presidente do Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais (PCCS), Dom Cláudio Maria Celli, apresentou as atividades do dicastério vaticano.
Se a Igreja já está há muito tempo presente no mundo da mídia, reconheceu, hoje está chamada a «pensar e revisar sua estratégia comunicativa de forma que seus recursos sejam coordenados melhor».
Para conseguir este objetivo, o PCCS está trabalhando em «uma série de obras em construção», que têm como objetivo: «a formação dos agentes pastorais da comunicação»; «uma constante referência e diálogo com as instâncias universitárias que se ocupam de comunicações sociais para compreender qual deve ser a identidade e a missão das faculdades de comunicação social de uma universidade católica»; «um maior conhecimento da realidade das rádios católicas»; «um renovado empenho na reflexão teológica sobre a comunicação».
Do mesmo modo, promovem «a abertura às novas formas de presenças audiovisuais de certo alcance internacional, como a jovem realidadewww.h2onews.org», «o prosseguimento do trabalho posto em andamento com a rede informática latino-americana RIIAL (www.riial.org)», e «a proposta de novas transmissões de momentos significativos da vida da Igreja».
«Os meios de comunicação católicos devem ser uma presença, uma companhia constante, uma proposta para estas pessoas em busca de Deus», afirmou o presidente do PCCS.
«Devemos evitar ser auto-referentes e falar só de católicos a católicos, esquecendo das pessoas que não fazem parte de nossas comunidades e que estão em busca», acrescentou.
Durante os dois dias do encontro, fez-se também a apresentação, por parte dos bispos responsáveis de grupos lingüísticos regionais europeus e de seus especialistas, das atividades desenvolvidas no último ano.
Dos informes, revela o comunicado, surgem algumas tendências positivas, como o crescimento da presença da Igreja na mídia e um renovado interesse pela esfera religiosa, mas também situações problemáticas como «a banalização de alguns eventos litúrgicos de relevância nacional e internacional que tendem a reduzir o caráter litúrgico do evento (matrimônio, funerais...) a verdadeiros ‘talk shows’ televisivos».
Do mesmo modo, lamenta-se «a instrumentalização da Igreja com fins políticos, sobretudo nos debates que tocam temas éticos», «a redução da Igreja a uma instituição interessada em defender os próprios interesses» e «uma visão da religião como fator problemático para a convivência».
«É necessário difundir uma imagem da Igreja baseada no testemunho de seus fiéis e a apresentação da mensagem cristã – conclui o texto. Hoje se exige coerência e autenticidade.»
A CEEM é uma comissão especializada do Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE) que continua o desenvolvimento da mídia e das comunicações eclesiais, favorece o trabalho das conferências episcopais neste campo e elabora opções de política de mídia.
São membros do comitê executivo da CEEM os bispos responsáveis das cinco áreas lingüístico-regionais européias, junto a seus especialistas e alguns responsáveis de organismos europeus para os meios de comunicação.

Igreja autoriza missas transmitidas pela internet

Da igreja paroquial de Travassô, em Águeda, para todo o mundo. É assim, todos os domingos, há pelo menos dois anos, via World Wide Web (www).
Um caso raro, único, até agora, em Portugal, mas que pode alastrar a centenas de paróquias do País. É que, a transmissão das missas pela internet, que nunca foi formalmente proibida, é agora plenamente autorizada e, mais do que isso, incentivada pelas cúpulas da Igreja.
D. António Vitalino, bispo de Beja, o primeiro prelado português a converter-se às virtudes das novas tecnologias, disse ao Correio da Manhã que "a Igreja tem de aproveitar todos os meios ao seu dispor para transmitir a mensagem de Cristo e usar mais e melhor as novas tecnologias de informação".
Também o porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa considera que a Igreja não pode ficar à margem dos novos meios de comunicação. D. Carlos Azevedo afirma mesmo que "não há nada que possa colocar entraves à transmissão de missas pela internet".
As condições que os bispos colocam aos sacerdotes são as mesmas que se aplicam às eucaristias transmitidas pela televisão: respeito, seriedade e qualidade.
No que toca à rádio, a questão é de índole sonora e há três pontos a ter em conta: o sacerdote, o coro e o público. Na televisão, ou na internet, há que ter em conta a imagem. O sacerdote e o altar devem predominar, mas a transmissão, até para evitar a monotonia, deve destacar também o grupo coral e o público, assim como alguns aspectos decorativos do templo.
No entanto, as autoridades eclesiásticas pedem muita contenção nos planos individuais e de pormenor, de modo a que não passem a funcionar como elementos de distracção para o telespectador.
A Igreja Católica admite que a transmissão de missas pela net possa massificar-se a breve prazo.
"É UMA ESTRATÉGIA DE MARKETING"
Júlio Grangeia, para além de ser o primeiro padre com página na internet (desde 1997), é também pioneiro na transmissão da missa, o que faz semanalmente há cerca de dois anos. "A minha ideia não é evitar que as pessoas venham à missa, mas exactamente o contrário. É uma estratégia de marketing para dizer: Venham partilhar connosco ao vivo", refere o pároco de Travassô, Águeda. Outra das funções da eucaristia on-line é, de acordo com Júlio Grangeia, 50 anos, "a ligação às nossas comunidades de emigrantes". E dá um exemplo: "Sei que no Brasil, há um conjunto de pessoas que assiste, através de um ecrã gigante, em casa de um catequista de adultos." O padre, que acolhe com satisfação a maior abertura da Igreja às novas tecnologias, defende que "é preciso que haja padres e leigos com formação, que sejam capazes de dialogar dentro desta comunidade virtual, que já não deve ser vista como uma moda, mas como algo irreversível". "Jesus disse: Anunciai o Evangelho a todo o Mundo. E eu acrescento que, todo o Mundo está hoje ligado à internet", salienta Júlio Grangeia.

MISSÃO PARA OS PRÓXIMOS ANOS
PARÓQUIAS
Portugal (continente e ilhas) tem actualmente 4282 paróquias, distribuídas por vinte dioceses. Os bispos dizem que já seria um grande passo se nos próximos cinco anos, um por cento (42) transmitirem eucaristias através da Internet.

INFORMÁTICA
É uma das grandes metas da Conferência Episcopal Portuguesa para os próximos anos: informatizar todas as paróquias. Esse pode ser um passo fundamental para que a transmissão das missas via net se torne uma realidade.

CUSTOS
Condição fundamental é ter um "alojamento" na net, que pode custar entre 15 a 20 euros/ano. Depois, há a despesa mensal de ligação on-line e o investimento numa câmara e nos necessários interfaces de ligação ao computador.

Fonte: Correio da Manhã